A SEMENTE DA FRUTA

Não era um dia de sol,

Nem chuva, nem ventania

Apenas um dia lindo,

Com os olhos que eu o via

Era um dia bonito,

Seu brilho estava ao meu lado,

Caminhava, saltava, ria,

Brincava como as folhas soltas

Cabelos esvoaçantes

Na sua pureza inocente

Na sua doce alegria.

Era o vento com seus ruídos

A chuva com seu chiado

Como um rio que corria

Como a lebre no cerrado

Ave que solta seu canto,

Cigarra, grilo falante,

Alegria que nasce pura,

Sorriso contagiante.

Criança, parte de mim,

A parte de mim criança.

Semente de uma fruta

Que nasceu do meu pomar.

Que o coração não alcança

De tantas formas de amar.

O zelo chega a tal forma

Que a vejo como um cristal,

Tão frágil, tão delicada

Que a cada passo da estrada

O coração se acelera

Qualquer risco desespera

De tanto que é amada.

“Cuidado!! Não se machuque!!

Preste atenção na esquina!

Olha pra frente, se cuida!!

Não me machuque menina!!”

Frases cheias de egoísmo

Mas que traduzem em seu seio

Aquele amor preocupado

Que não mede, não faz rodeio.

Que não teme ouvir:” Vô Chato!!

Eu to olhando, to vendo!

Eu não estou nem correndo,

como é que posso cair?”

E continua a alegria

A pressa a correria.

E o coração quase salta.

Essa menina peralta

Tão solta como uma brisa.

Só podia ser minha neta,

A sapeca Ana Luiza.

DeJorge - 12/01/2009

Poema dedicado a minha primeira neta, Ana Luiza Dias.

DeJorge
Enviado por DeJorge em 20/12/2022
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