O Camarão Piloto
Na véspera do verão
O azul cinzento cobre
A fortaleza no chão,
Vagueando na imensa escuridão,
Apenas a onda traça o meu percaminho.
Na trajetória flutuante
Incendeiam a alma
Na foz da corrente, inerente
A corrente, almejo a vida na
Foz da corrente.
Vivo a cada dia, a cada onda
Inalteço a esperança deixado
A cada passo solitário,
Nas profundezas do Índico
O azul cinzento brilha ao ar lento,
No sol escaldante, transpiro a cada
Beijo a amante.
A procura de um abrigo
No silêncio da alma
Faço novos inimigos, também amigos
Ao opor do sol apenas a bússola
Inscreva-se do meu destino,
Vivo a cada onda, buscando o
Paraíso neste oceano submisso.
Oiço dizeres acerca de mim,
Na verdade vos digo, não é
Fácil manter seguidores fiéis a mim,
Neste percurso oceânico vivo
A cada onda, pois, o camarão que
Dorme a Onda leva.