ÉTER 40 💠
E na procura não encontro isso
Aquilo se esvaiu há muito tempo
No serenar continuo dessas curas
As vagas me assolam despejando ondas na areia
Refugando sobras, remoldando formas
Trazendo à praia o escondido das verdades duras
Caminhos que nem estrada foram
Mas vem quebrando nas rochas
A sagrada efígie de sua face
O medo tatuado à flor da pele
Imagem feito fera que dilacera
Como se um país estranho desbravasse
Hoje as tormentas me desencantam da chuva que nunca serei
Mesmo assim suas gotas desaguaram meu pranto
E em tantos canteiros cairei
Mas não a ponto de desabrocharem dálias
O quanto pelo alvorecer esperarei?
Almejo o buscar da minha forma humana
O corpo clama e deteriora
A alma eterna nunca soube o que se nomeia tempo
Apenas peço que pra mim se volte
E ouça o adeus da minha palavra
Ausência é força que num bote enlaça
Trazendo ao peito o que sequer conheço
Numa manhã qualquer em que eu me refaça
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