ÉTER 40 💠

E na procura não encontro isso

Aquilo se esvaiu há muito tempo

No serenar continuo dessas curas

As vagas me assolam despejando ondas na areia

Refugando sobras, remoldando formas

Trazendo à praia o escondido das verdades duras

Caminhos que nem estrada foram

Mas vem quebrando nas rochas

A sagrada efígie de sua face

O medo tatuado à flor da pele

Imagem feito fera que dilacera

Como se um país estranho desbravasse

Hoje as tormentas me desencantam da chuva que nunca serei

Mesmo assim suas gotas desaguaram meu pranto

E em tantos canteiros cairei

Mas não a ponto de desabrocharem dálias

O quanto pelo alvorecer esperarei?

Almejo o buscar da minha forma humana

O corpo clama e deteriora

A alma eterna nunca soube o que se nomeia tempo

Apenas peço que pra mim se volte

E ouça o adeus da minha palavra

Ausência é força que num bote enlaça

Trazendo ao peito o que sequer conheço

Numa manhã qualquer em que eu me refaça

279222158

Selton A Jhonn s
Enviado por Selton A Jhonn s em 29/09/2022
Reeditado em 05/04/2023
Código do texto: T7616734
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.