PERTENÇO 36 💠

Permaneço ocluso em resma

Metade de mim se abre

A outra metade se fecha

Dividindo-me aos meios

Nas raríssimas palavras que me restam

Regresso

E deixo pra trás a sombra nos caminhos de pedras

Se me perco entre as moradas

Me atravancam entre as estradas as cancelas

E um olhar selvagem me espreita

Como quem vigiava uma chama ao vento em posta vela

Pertenço ao lugar ao qual pertenço

E pertencendo me extravio dos começos

E me perdendo, perdido eu me rendo

E assim ao me despedir do mundo

De perdidos me defendo

Desfragmentado retrato no muro

Mágica no escuro

E lógica caótica no absurdo

Desvendo

Mesmo assim me pertenço

A não ser que me engane

Por uma mentira em que eu não estivesse vendo

Ou a um poema que não fosse feito de nada

Nunca escrito

E que eu estivesse lendo

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Selton A Jhonn s
Enviado por Selton A Jhonn s em 27/09/2022
Reeditado em 05/04/2023
Código do texto: T7615481
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