ALMA ESTELAR 30 💠
No auge daqueles dias mortos
Que dias fazem-se de absortos
Renascem das cinzas sentimentos amorfos
Os temores malogrados brotam
Dentro da alma
Cegos que a cegos guiam
Cegos que de mim desviam
A alma aflita, espantada
A aranha tece sua rede na varanda pro último repouso do inseto
As teias travam o vento que nos levaria ao encontro de nós mesmos
A constelação de Órion
E um jeito próprio de declamar estrelas
Que a nós, nautas e exilados celestiais, nunca foram negados
E quem sabe dos brilhos enviados
Sem contudo perder a lírica cintilância de ser estrela-guia
Contudo, o brilho é bem mais do que somos
Abismos de estrelas insondáveis
Cintilantes e impenetráveis
O ser feito de poeira estelar
Mas que não se cansa de sonhar com o além-mar
12/08/2022
03:59