EU E AS MANHÃS
A noite encerra um círculo
e abre as cortinas para um novo dia.
O céu azul veste vermelho do arrebol
e o esplendor matutino se confunde
com a beleza do glamour agreste da natureza.
A cidade dorme cansada e acorda correndo,
atropelando a grosso modo o fio do tempo
e assim, poucos se servem de seu tempo pra ver:
no céu, a revoada das andorinhas,
brincadeiras de roda, cirandas no espaço.
Enquanto o sol se oferece e ilumina
as gotas de orvalho, pesando nas flores.
Tão pequenino e de gestos tão poeta,
beija-flor sem a pressa de voltar,
plana e pára o tempo,
pousa, se entrega e se perfuma,
e em silencio troca carícias,
com seu grande e eterno amor.