Milagre
As flores desabrocham em uma manhã fria
Enquanto o inverno pinta de branco a paisagem..
Ali estava você, enquanto sorria,
A vida se desprendia com a folhagem...
E o branco ganhava cor lentamente,
Deixando o gelo de lado
A suave brisa quente
Envolvia e dançava por entre o ambiente...
A dormente calmaria
Aos poucos se transformava...
A brisa branca e fria
Colorida e doce se tornava...
Enquanto sua encantadora beleza
Se achegava junto a primavera...
Doçura inebriante,
Latente, pulsante...
Meus olhos brilharam encantados
Pela primeira vez...
Estava eu extasiado,
Não sentia meus pés no chão,
Imobilizado, claramente abobado,
Mal sentida minha respiração...
Sentia a vida pulsar na alma,
Sentia uma tempestade calma,
Um fogo que não ardia,
Minha essência brandia
Como estivesse encontrado sua outra metade...
Era ela, na verdade...
O espírito se desdobrava em ânsia,
Fitando aquela doce elegância,
Trazida ao derradeiro instante do inverno...
Fiquei entre o céu e o inferno...
Era doce como mel
E ácido como vinagre...
Ela, a metade de mim,
Minhas preces, milagre.
26/04/2015
Wilson D Renan