Música e Poesia
Canto porque tenho voz
canto o triste canto do poeta adormecido
que desperta e não encontra o amor com quem dormirá abraçado.
Meus olhos enxergam o brilho das estrelas
contemplam a beleza esplendorosa da natureza,
e por isso canta em toda força de sua essência,
sou poeta que chora
sou tomado pelo frio vazio da solidão,
é inverno,
lá fora a neve que cai não congela mais que meus pensamentos tristes
Por que me fora negado tanto o amor?
Perguntas não querem calar
o anseio pela vida é o mesmo que procura resposta para a morte.
Sou poeta,
sou revestido de um silêncio que produz versos mudos,
paralíticos,
surdos.
Não atendem, nem escutam a voz embargada do coração
e a música que toca,
toca no profundo da minha alma
derrama no papel os versos em forma notas,
as notas são versos que o músico chama sinfonia
o poeta apelida de poesia,
e assim cada frase,
cada pausa é um suspiro do poeta.
A música que toca
os versos que falam
música e poesia
um só corpo,
uma só inspiração,
sentimentos da alma,
sentimentos que não cabem no peito de quem os vive
e que derramado no papel se torna incompreensível ao são.
Ambas inspiram outrora sentimento felizes
alegres, cantantes, intensos, vivos,outrora
sentimentos tristes, melancólicos, angustiantes,
têm uma vasta ambivalência sentimental,
apaixonados aqueles que desfrutam de seus abraços,
que se colocam debaixo dessa fonte para ser preenchidos desse calor
humano, espremido por mãos habilidosas
sangue que corre em forma de lágrimas,
gotas que tingem o papel de puros sentimentos.