Lirismo
A primeira linha, a que gera todo um livro
É a essência iluminada, fundamental, regendo nossos caminhos
Como café, fortaleza pela manhã...
E inspiração na noite...
Desperta nossas almas...
Elas então deslizam pela liberdade até encontrar o jardim dos eucaliptos
Vão e ficam guardadas por esses tempos
Eras novas e vastas como campinas
Lá onde existe razão em poesia e estão as aquarelas
Alianças entre o coração e o primeiro toque da primavera
Subimos a escadaria do ser, e, da torre, vemos a pequena igreja
Surgimos em amor e sabemos que seus sinos também vem de nós
A paz chegou e está presente, escrita nos vitrais sagrados...
Em nosso sangue, em nossa alma
E enquanto canta o bebê bem-te-vi
Os antigos cadernos repousam
Desvendados pelas pupilas do ar
São os auspícios dos ancestrais
As perguntas e suas anedotas
Acumuladas em epifanias
Das abóbadas aos rodapés
Dos castelos às choupanas
Pois sempre, mais forte que a espada, é a balança
Acabam-se os desencontros
As esferas se ligam
Brada a coluna mística, na arca-mãe
E quando Lua e Sol...
Maestros da noite e do dia são maiores
O fantasma, príncipe da ópera, renasce
Amado e glorioso
Seus olhos e gestos ditam sua boa sorte
Água e cristal
E cada estrela como prima-dona sorri
Apaixonada, fascinando seus planetas
Ali, naquelas sinfonias, o sonho e a verdade são mestres certeiros