Lirismo

A primeira linha, a que gera todo um livro

É a essência iluminada, fundamental, regendo nossos caminhos

Como café, fortaleza pela manhã...

E inspiração na noite...

Desperta nossas almas...

Elas então deslizam pela liberdade até encontrar o jardim dos eucaliptos

Vão e ficam guardadas por esses tempos

Eras novas e vastas como campinas

Lá onde existe razão em poesia e estão as aquarelas

Alianças entre o coração e o primeiro toque da primavera

Subimos a escadaria do ser, e, da torre, vemos a pequena igreja

Surgimos em amor e sabemos que seus sinos também vem de nós

A paz chegou e está presente, escrita nos vitrais sagrados...

Em nosso sangue, em nossa alma

E enquanto canta o bebê bem-te-vi

Os antigos cadernos repousam

Desvendados pelas pupilas do ar

São os auspícios dos ancestrais

As perguntas e suas anedotas

Acumuladas em epifanias

Das abóbadas aos rodapés

Dos castelos às choupanas

Pois sempre, mais forte que a espada, é a balança

Acabam-se os desencontros

As esferas se ligam

Brada a coluna mística, na arca-mãe

E quando Lua e Sol...

Maestros da noite e do dia são maiores

O fantasma, príncipe da ópera, renasce

Amado e glorioso

Seus olhos e gestos ditam sua boa sorte

Água e cristal

E cada estrela como prima-dona sorri

Apaixonada, fascinando seus planetas

Ali, naquelas sinfonias, o sonho e a verdade são mestres certeiros

Ana Luiza Lettiere Correa
Enviado por Ana Luiza Lettiere Correa em 26/04/2022
Código do texto: T7503182
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