A Sinestesia do Azul
Um dia, o Azul quis ter sentidos.
Semelhante a todos aqueles que o olhavam, muitas vezes a suspirar.
O toque do vento conhecia, pois sempre foi mar.
O Azul queria saber como era ouvir:
Deus foi lá, e inspirou Bach.
O Azul queria saber como era ter paladar:
Deus foi lá, e inventou o marshmellow.
O Azul queria saber como era o olfato:
Deus foi lá, agitou o vento nos jasmins, e o cheiro extravasou a atmosfera, invadindo os céus inteiros.
E o Azul, de tão feliz, conheceu o que era dormir, e sonhou.
Transformado em grama, viu-se verdinho.
As joaninhas fizeram-lhe cócegas na barriga; as formigas, trieiros na sua cabeça.
Pés de anjinhos lhe tocaram, uma escolinha perto.
Criancinhas.
Pés de veludo , O Azul foi pisoteado.
Os sonhos do Azul foram todos realizados.