A Sinestesia do Azul

Um dia, o Azul quis ter sentidos.

Semelhante a todos aqueles que o olhavam, muitas vezes a suspirar.

O toque do vento conhecia, pois sempre foi mar.

O Azul queria saber como era ouvir:

Deus foi lá, e inspirou Bach.

O Azul queria saber como era ter paladar:

Deus foi lá, e inventou o marshmellow.

O Azul queria saber como era o olfato:

Deus foi lá, agitou o vento nos jasmins, e o cheiro extravasou a atmosfera, invadindo os céus inteiros.

E o Azul, de tão feliz, conheceu o que era dormir, e sonhou.

Transformado em grama, viu-se verdinho.

As joaninhas fizeram-lhe cócegas na barriga; as formigas, trieiros na sua cabeça.

Pés de anjinhos lhe tocaram, uma escolinha perto.

Criancinhas.

Pés de veludo , O Azul foi pisoteado.

Os sonhos do Azul foram todos realizados.

Poeta de Borralho
Enviado por Poeta de Borralho em 23/04/2022
Reeditado em 13/11/2024
Código do texto: T7501264
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