Canto encantador...
O dia desabrocha,
alvorada no sertão
E longe....
Ouço o canto mavioso
Do encantado azulão,
Ah azulão amado!
Não te cansas nunca de cantar?
Alegrando o dia do homem sofrido
Que amiúde desperta contigo
Para o pão de cada dia ganhar!
Tu voas nos céus das matas e florestas
Riachos doces, brejos, sempre a cantar
Voas livre , feliz, mas com um receio:
Que o laço do cruel passarinheiro
Venha a liberdade te roubar!
Mesmo trancafiado em um viveiro
Teu canto é sutil, doce, brejeiro
Mesmo com as asas cruelmente cortadas
Teus passos são altivos, faceiros
Para nunca deixar triste a tua amada!
Às vezes me ponho a pensar:
Quanto canto de teu mágico bico
Não ecoou para extirpar
A indolência, o torpor, a letargia,
A inércia do homem angustiado, aflito!
Oh pássaro encantador!
Tu cantas o ano inteiro
Sempre em alto e bom tom
Seja sob Sol,
Sob a chuva,
Lá em cima do coqueiro
sem Dó!
Que é pra fazer brotar o amor
No coração dos que vivem só!
Teu canto maravilhoso,
Teu canto RENOVADOR!
Deixam os céticos, patéticos
Com pelo menos uma convicção:
A mãe-natureza teve apenas intenção
Mas quem assina o projeto
É o grande e ilustre arquiteto
Nosso santo e amado SENHOR!
Benvinda Palma