Infância travessa

“No tempo que eu era menino”
“Brincava tangendo carneiro”
Do meu jeito moleque traquino
Qualquer dia eu seria vaqueiro

De umas pedras de atiradeira
Teve as miras no passarinhar
Tudo num tom de brincadeira
Na viagem a tempo de sonhar

Na falta d’água um desatino
De um menino com pé no chão
Corria trechos com sol a pino
Das travessuras não abria mão

Eu fazia umas bolas de sabão
Controlava uma bola de meia
Um rodopiar do meu pião
Segurava com minha ponteira

Com o meu jeito estradeiro
Provava do doce da Jurema
Das sombras dos umbuzeiros
Ouvia os gritos das Seriemas

Corria nas tardes ensolaradas
Com o cheiro das terras aradas
No brincar com minhas parelhas
Da riqueza surgiam as centelhas

De um cheiro de mato no ar
Um luar despontava na serra
O verde dos vagalumes a piscar
Era uma festa do céu à terra

“O mato verde era esperança”
Numa montaria de um cavalo
Agitava o meu mundo criança
Nas amarelinhas e queimado

Minha saudade me leva a pensar
Faz a gente voltar naquele tempo
No pular, correr, cair e levantar
No chegar da criança do momento


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Zédio Alvarez
Enviado por Zédio Alvarez em 29/10/2021
Código do texto: T7374010
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