CANÇÃO DE OUTONO
Numa pequena trilha ou numa gruta deserta
Eu vou passeando pelo meio do nada até que o nada se acabe
Ou até que ele me acabe, até que venham os ventos da descoberta
Ao meu ser sonolento, que espera por um pequeno caminho de escape
Gosto do generoso cair de folhas, até que afofe a terra
Do divino vento frio que desperta do sono
Dos mistérios que aos poucos se revela, descobrindo a Serra
A época fria de doce cinza, chegou o outono
Não se vê mais flores, não se vê mais o chão
Mas não faz mal, porque o vento faz poesias surgirem
Eu gosto de quando sensível é a estação
A ponto das folhas caírem
É época de clima confuso, de árvores nuas, pelas ruas, pequenas poças
Amável é a perturbação das suas ondas pelo cair do sereno
E, como se fosse jovem, como se fosse moça
Uma senhora de cabelos brancos brinca pelo parque com seu neto pequeno
(Obs.: eu sei que estamos na primavera mas eu realmente gosto muito do outono. Eu fiz um poema sobre a primavera, se chama "Quando a Primavera não Vem")