ALMA LAVADA
É na terra dos sonhos
Em lugares nunca vistos
Que posso transpor o domo
Desvencilhar-me deste fisgo
Desfrutar de uma bonança
Sobre campos de girassóis
E regressar à minha infância
No voo adejante do albatroz
E com os olhos da alma
Não mais julgar à revelia
Aprisionar o medo na jaula
Desfrutar cernes maravilhas
Cantar com as estrelas no luau
Gorjear jubilosamente com as cotovias
E poder assistir o meu próprio jogral
E selar uma nuvem como montaria
Desafiar a pujança do vento
Soprando pétalas de dentes-de-leão
Pois ao dilatar as pupilas do tempo
Dou-lhe a chance da incompreensão
Aqui são rútilos os rios perenes
E posso velejar no meu barquinho
Gostaria de contigo alternar o leme
Para que juntos possamos tocar o sino