Sou o meu poema!

Minhas palavras

falam por elas próprias

e dizem o que querem de mim

mas eu continuo assim,

esse doce vendilhão do templo

sem tempo para não me sentir

ao fazer meus versos.

É própria de mim a poesia

e por isso faço eu tantos poemas

que voam e soltam suas penas

e estão por onde passo

atravessando o deserto de alheias verdades

e os pântanos de minhas mentiras ressecadas.

É como se do céu caíssem minhas letras

e se juntassem alegres numa retreta

e meus ouvidos, ouvindo-as, se alegrassem

permitindo ao meu peito maturar-se

e aprender ainda mais a fazer versos.