Baile do vento
Vento chegou, mar agitou, soprou as ondas e começou a bailar.
Veio ligeiro, assobiando, rodopiando nem quis me esperar.
Vesti meu vestido branco, bordado de renda feito a espuma do mar.
Nos cabelos, uma coroa de flores do campo exalava
suave perfume no ar.
Me enfeitei toda, para os passos do vento acompanhar.
Mas nada adiantou, o vento soprou e saiu a bailar.
Tirei os sapatos de cetim e fora de mim, descalça na praia me pus a dançar.
As ondas me viram e juntas esplodiram na areia do mar.
A brisa suave chegou de mansinho com todo o carinho meu rosto tocou.
E o vento encanado, ficou enciumado e então retornou.
Soprou meus cabelos com todo desvelo até esvoaçar.
Balançou minha saia pra lá e pra cá, fez as ondas da
praia até recuar.
Ergui os meus braços e num entrelaço junto ao vento comecei a cantar.
Uma canção singela alegre tão bela que minha alma envolvia.
E recebi o abraço do vento suave que chega do mar trazendo alegria.
O vento assobia e cheio de ginga me tirou pra dançar.
A lua se esconde, surge a alvorada o sol desponta, seus raios dourados ilumina o caminho por onde o vento irá se afastar.
Ele sopra razante, e segue adiante como num raio, eu quase desmaio por os passos do vento acompanhar.
Ele se vai, eu fico a sonhar com o baile do tempo à noite na areia branca da praia quando o vento voltar.
Eu feliz, vou estar ao seu lado para ser o seu par.