EU CANTO…
Eu canto o sol, a lua, as estrelas,
A natureza, o céu e os animais,
Por cá ando, não estou a mais,
Só aprecio as coisas singelas.
Olho para trás e não vejo nada,
Tudo que existia era só fantasia,
Procuro ignorar a triste jornada
Que percorri de noite e de dia.
No presente também pouco há
Que ainda me possa interessar
Procuro tudo por bem ignorar,
Apenas aprecio um bom chá.
A vida esvaziou-se, não tem ar
Límpido, o que existe é viciado,
Tenho de muito me resguardar,
Para não ser ainda decapitado.
Eu canto por versos e por rimas,
A vida na terra que ainda existe,
Animais, insectos, e os climas
Cuja existência muito persiste.
Canto e cantarei até ao meu fim,
Faz parte da minha boa génese,
Irei partilhar duma flor de alecrim,
Para poder defender minha tese.
Ruy Serrano - 02.07.2021