AS MINHAS PERNAS

Tenho vaidade nas minhas pernas,

O seu comportamento é exemplar,

Toda a minha vida sempre a andar,

Sāo o meu orgulho, amigas eternas,

Em criança abusei das minhas pernas,

Saltava, corria, jogava à bola. pulava,

Ia e vinha da escola bem longe a pé,

Caneladas sofreram bastante severas.

Mais tarde, trabalhei bastante em pé,

Na praia, a fazer jangadas e a correr,

Na roça a assistir ao derrube do mato,

Nunca elas se renderam ao fracasso.

Em Portugal só andava a pé, bem cara

Era a vida para suportar os transportes,

Da Penha de França ao Castelo S. Jorge

E à baixa, tudo calcorreava sem cortes.

Ainda em Portugal depois do 25 Abril,

Para trabalhar muito eu tinha de andar.

Precisava de ganhar a vida tão difícil,

Não fossem as pernas seria impossível.

Tenho orgulho nas minhas boas pernas,

Meu melhor meio de locomoção, veras

Minhas companheiras de vida, sempre

Ao meu lado, com a força de serpente,

Também cuido delas com bons cremes

E massagens. descansando bastas vezes

Para as revigorar e ficarem disponíveis,

Para novas caminhas imprescindíveis.

Ruy Serrano - 03.06.2021

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 02/06/2021
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