Minha bela amada

Turva a chuva a claras fontes,

Que risonhas gentes são os ribeiros

Espumando caem dos vários montes

e os poucos antes lisonjeiros

mil e uma flores esmaltarão

em frescos zéfiros voando

E o agora noto, e enfurecido

Em grossas nuvens revolvendo seu seio

nos esconde lindo sol luzido

e com alguma estranha ligeireza

rompe a noite e o manto feio

que cobre os peitos de tristeza

Bela Amada, enquanto irado

Brame, o Polo, e Céu troveja, assim como eu

e da Chipre o Deus vendado

de Sua ira nos proteja,

Torne o tempo alegra e brando

Belo lugar que não será, por nós,

contemplado

Entre as taças que não derramamos

Um suave e vivo fogo do coração

arde ainda mais, e mais se inflama

ao enxame dos desejos

dos desejos brincalhões

Livre o campo deixam logo

Brandas iras, falsas ações

Eia pois, não te demores

Vem Amada entre meus braços,

O prazer de outrora amores

Reine o gosto de seu sorriso e alegria

Pois ou vente, ou chova, ou troe

E tão suaves laços

É rosado teu lindo rosto

No dia de minha morte.

Leandro Sarno
Enviado por Leandro Sarno em 22/02/2021
Código do texto: T7190586
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