Minha bela amada
Turva a chuva a claras fontes,
Que risonhas gentes são os ribeiros
Espumando caem dos vários montes
e os poucos antes lisonjeiros
mil e uma flores esmaltarão
em frescos zéfiros voando
E o agora noto, e enfurecido
Em grossas nuvens revolvendo seu seio
nos esconde lindo sol luzido
e com alguma estranha ligeireza
rompe a noite e o manto feio
que cobre os peitos de tristeza
Bela Amada, enquanto irado
Brame, o Polo, e Céu troveja, assim como eu
e da Chipre o Deus vendado
de Sua ira nos proteja,
Torne o tempo alegra e brando
Belo lugar que não será, por nós,
contemplado
Entre as taças que não derramamos
Um suave e vivo fogo do coração
arde ainda mais, e mais se inflama
ao enxame dos desejos
dos desejos brincalhões
Livre o campo deixam logo
Brandas iras, falsas ações
Eia pois, não te demores
Vem Amada entre meus braços,
O prazer de outrora amores
Reine o gosto de seu sorriso e alegria
Pois ou vente, ou chova, ou troe
E tão suaves laços
É rosado teu lindo rosto
No dia de minha morte.