DEVANEIOS
(Sócrates Di Lima)
Olho a agua borbulhando,
em um canto do meu quintal,
um azul mesclado de verde vibrando,
Refletindo o céu como um espelho e seu vitral.
Ouço Bee Gees com sua voz de falsetes
Do grande Barrry Gib em concerto,
E logo tenho tantos lembetes
De um tempo que no peito faz aperto.
E a tarde desce no seu silêncio profundo,
Que nem os gorjeios dos pássaros eu ouço,
E aqui sozinho olhando o tom oriundo,
Do colorido sábado preso no meu calabouço.
E tantos são os pensamentos,
Notadamente aqueles que vem de ti,
E assim crio alguns momentos,
Que a espera do encontro, ainda esta aqui.
Não tenho e nem sinto solidão,
Mas, ainda, o medo me assusta...
Não sei os amanhãs que talvez chegarão,
Mas, crio coragem na coragem que me incrusta.
Ouço então o que vem das vozes das canções,
E recebo a melodia como marca de um momento,
Que faz trazer a sua voz embriagada nas emoções,
Para me dizer que o novo esta chegando no pensamento.
Ah! E pensar em ti me faz bem...
Mesmo que numa distância tão efêmera,
O que me vale vai muito mais além,
De um simples querer que me espera.
E nestes devaneios deixo a tarde cair,
trazendo a boca da noite sem um beijo teu,
E neste divagar meu coração faz sentir,
Que o amor apenas dormiu, e não morreu!