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DEVANEIOS
(Sócrates Di Lima)

Olho a agua borbulhando,
em um canto do meu quintal,
um azul mesclado de verde  vibrando,
Refletindo o céu como um espelho e seu vitral.

Ouço Bee Gees com sua voz de falsetes
Do grande Barrry Gib em concerto,
E logo tenho tantos lembetes
De um tempo que no peito faz aperto.

E a tarde desce no seu silêncio profundo,
Que nem os gorjeios dos pássaros eu ouço,
E aqui sozinho olhando o tom oriundo,
Do colorido sábado preso no meu calabouço.

E tantos são os pensamentos,
Notadamente aqueles que vem de ti,
E assim crio alguns momentos,
Que a espera do encontro, ainda esta aqui.

Não tenho e nem sinto solidão,
Mas, ainda, o medo me assusta...
Não sei os amanhãs que talvez chegarão,
Mas, crio coragem na coragem que me incrusta.

Ouço então o que vem das vozes das canções,
E recebo a melodia como marca de um momento,
Que faz trazer a sua voz embriagada nas emoções,
Para me dizer que o novo esta chegando no pensamento.

Ah! E pensar em ti me faz bem...
Mesmo que numa distância tão efêmera,
O que me vale vai muito mais além,
De um simples querer que me espera.

E nestes devaneios deixo a tarde cair,
trazendo a boca da noite sem um beijo teu,
E neste divagar meu coração faz sentir,
Que o amor apenas dormiu, e não morreu!


 
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 06/02/2021
Código do texto: T7178075
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