RIO DE Amor
RIO DE AMOR
Perdidamente apaixonado
Pelo sol pela lua pela liberdade
Pelas formigas pelas sereias
Desde o ponto mais profundo
Dos mares e de breu
Deambulo por este mundo
Procurando em cada ser
A cada célula a cada átomo
Entre prótons neutrões electrões
A caixa de Pandora
Que o homem acorrentado
Desde sempre procurou
Mas nunca ousou
Vasculhar dentro de si
Nesse rio por navegar
há um turbilhão de amor
dentro do meu ser
qual rio por descobrir
que quase não cabe
nos meus neurónios
nas minhas mãos
no meu peito
maior que o planeta
maior que o teu sorriso
maior que a estrela polar
mas olhando à minha volta
não sei a quem o dar
pois são tão poucos
os grãos de areia celestiais
que o sabem aceitar
que rio é este que corre
por entre as minhas veias
como o fogo solar
clamando por justiça
liberdade e o teu olhar
olhar de nova estrela
estrela que me faz sonhar
escrevendo como nunca
quase que compulsivamente
qual árvore em bicos de pés
esticando-se pelos céus fora
para as ninfas nuas beijar
Não sei que rio é este
mas sei sem dúvida
tenho um rio de amor para te dar
Policarpo Nóbrega