JÁ
JÁ
Já jurei nunca acreditar em signos
Tô aqui pra falar do câncer que sou
De um canceriano louco “entregues num abraço que sufoca o próprio amor”
Já disse NUNCA
mais vezes que posso contar
Não mais do que disse IMAGINA
E retruquei: para de imaginar.
Já recusei o contrário
Até descobri-lo, sou de lá e de cá
Já chorei quando minhas memórias foram apagadas
Já não dói tanto, pra onde se levam memórias?
Já entrei no cemitério e a sensação era #@!%¨*&
Daí escutei a música que me fazia sentir, na frente das covas, das pipas, dos pés dos meninos descalços. EI MORTE,
INÚTIL TENTAR ME ASSUSTAR!
Já odiei o sol
Já disse odeio sem saber o que era odiar
Já abominei técnicas e minha intuição tenta ter empatia por elas
Já me apaixonei e achei que nunca, já quis que nunca, já quis muito, acabar.
Já duvidei do que nunca duvidaria
Já imaginei menos e fiz mais, saí de um e fui pra outro lado pensando
-qual a pior coisa que pode acontecer?
O sol em câncer me irradia, quando sinto sem pensar
Tenho estudado. Acabou paixão, dá até vontade de beijar, tem o apego
Mas se eu... vou nem imaginar
Pior, melhor, morrer, viver, duvido mais que nunca.
JÁ? É o que costuma dizer no fim.
De saco cheio
Me pergunto, te pergunto. AINDA?