E aquele menino
de 8 anos
que um dia fui
e que ainda existe
em algum lugar
entre eu
e a eternidade
por vezes me pergunta dessas coisas
que não sei,
ninguém sabe,
mas que queria saber.

E qual seria ela,
a mais fantástica
de todas as histórias?

E ficava eu,
com meus cabelos fartos
ondulados
e olhos de castanho escuro
profundos
estalados de olho em qualquer adulto
com uma boa história.

E ouvia as de onça
entrando dentro de casa
roubando o jantar
ou o bebê a nanar.
E passava noites em claro
no susto daquele embalo.

E tinha as de gênio,
as de louco,
de bandido,
de noviça rebelde,
de padre que vira bicho
e de bicho que virava gente.

E fui colecionando essas venturas
dando a elas novos ares
nas minhas texturas.

Até que um dia
me bateu
o fim da escolha:
e não seria
a mais fantástica
mesmo que inventada
a daquele menino
na manjedoura?

Não sei,
Não sei,
só sei que te contei!
Mas se te encantei
essa já seria
outra história...