UMA TARDE SEM VOCÊ

(Sócrates Di Lima)

A chegou na boca da noite, fria,

A chuva fina silenciou...

Mas de repente a nostalgia,

A lembrança do último encontro despertou.

Fecho os olhos num instante,

Deito na cama e me deixo levar,

Abro o portão basculante,

E deixo você entrar.

Sem mesmo desligar o motor,

Você se atira nos meus braços como louca

E num longo beijo de saudade e sem pudor,

Como se querendo me engolir pela boca.

E eu me deixo envolver nesse beijo ardente,

Mordido, de língua e selvagem,

Que meu corpo sente e logo fica quente,

Febril de desejos de um louca sacanagem.

Pego-a pelas mãos e a levo para minha cama,

Sem descolar os nossos lábios ardentes,

O amor vai nos despindo numa intrépida chama,

Ouvindo em sussurros que me ama.

E naquela cama aconchegante e quente,

Sob a claridade de uma azulada e luz,

Arrancamos as peças intimas da gente,

E a loucura do amor ao prazer nos conduz...

Como se divina e compulsiva senhora

Eu gosto, afoito, intenso, inteiro e quase animal,

Do jeito que gosto, tomo-a nos braços como você adora,

E ouço seus gritos que ecoam no quintal.

E nos meus braços ouve os batidos do meu coração,

Descompassado, sem folego quase não respiro,

E você me olha com carinho, ternura e com todo seu tesão,

Abraça-me, diz que me ama e eu suspiro.

Ah! Como não poderia deixar de ser...

Abro os olhos, e nesse momento sinto a saudade, que,

escorre nos cantos dos olhos sem querer,

Numa tarde fria, distante, dizendo que estou aqui, sem você!

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 29/06/2020
Código do texto: T6991340
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.