Roceiro

Com chapéu na cabeça,

Calça grossa, feita de jeans.

Camisa de mangas compridas.

No rosto, as marcas de sol.

O semblante tristonho,

Parece um certo cansaço

Das madrugadas frias,

Banhadas de geadas nos cafezais.

Dos longas veranicos, com sol forte.

Das chuvas de granizos,

Dos ventos fortes tombando o milharal.

Da queda do preço do leite,

Nas grandes empresas.

Ainda se vê o velho sorriso,

Trazendo debaixo do braço,

Uma sacolinha de plástico,

Com documentos para o imposto de renda.

Um causo de uma luz que apareceu na noite anterior.

Do cavalo preto e machador,

Da compra de uma camionete.

Um sonho em ver os filhos estudados,

Sendo doutores e prestigiados.

Gente de olhar triste, mas feliz.

Sempre convida para o passeio na roça.

Lá tem frango caipira, com angu e quiabo.

Não falta a carne de porco curtida na gordura.

O doce de leite com queijo fresquinho,

Até o doce de goiaba, a goiabada.

Assim entra e sai ano,

Ele é a riqueza do país.

JOSÉ CARLOS DE BOM SUCESSO
Enviado por JOSÉ CARLOS DE BOM SUCESSO em 21/06/2020
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