Roceiro
Com chapéu na cabeça,
Calça grossa, feita de jeans.
Camisa de mangas compridas.
No rosto, as marcas de sol.
O semblante tristonho,
Parece um certo cansaço
Das madrugadas frias,
Banhadas de geadas nos cafezais.
Dos longas veranicos, com sol forte.
Das chuvas de granizos,
Dos ventos fortes tombando o milharal.
Da queda do preço do leite,
Nas grandes empresas.
Ainda se vê o velho sorriso,
Trazendo debaixo do braço,
Uma sacolinha de plástico,
Com documentos para o imposto de renda.
Um causo de uma luz que apareceu na noite anterior.
Do cavalo preto e machador,
Da compra de uma camionete.
Um sonho em ver os filhos estudados,
Sendo doutores e prestigiados.
Gente de olhar triste, mas feliz.
Sempre convida para o passeio na roça.
Lá tem frango caipira, com angu e quiabo.
Não falta a carne de porco curtida na gordura.
O doce de leite com queijo fresquinho,
Até o doce de goiaba, a goiabada.
Assim entra e sai ano,
Ele é a riqueza do país.