Cléo


Pelas ruas, parques, quintais,
você haveria de estar
brincando,
furtando
nossos puros sentimentos.
Pelas esquinas,
sorvetes, areia, paisagens,
você deveria estar
aguçando nossos sentimentos.
Pela paz, pelo amigo,
o sorriso, o pranto
mas, pelo castigo
você não está
desarrumando docemente nossos sentimentos.
Pelo amor, pela fé,
pelo sexo, pela nudez desvendada,
pelo colo, pelo seio
você minha pequena filha Cléo,
você deveria estar
refinando nossos sentimentos,
mas ficou apenas em minha prece,
em minha boca,
em outro lar.
Minha doce Cléo
sem vida,
que rouba meus sentimentos
de ser pai.