MINH'ALMA
(Sócrates Di Lima)
Minh'alma e uma eterna fonte de amor,
Um lugar onde brota carinho e bem querer,
É como um permanente desabrochar de flor,
Embriona e nasce para então viver.
Minh'alma é terra fertilizada,
É mata verde e de coloridas flores,
A saudade é por ela adubada,
Rivigorada em todas as cores.
Ah! Que minh'alma é jardim primaveril,
Que atravessa o verão, outono e inverno,
Minh'alma se cobre em céu de anil,
Nela me recolho, me deito, hiberno.
Minh'alma acostumou-se em estar só,
Por tantos amores que assim vieram,
É uma corda longa e sem um único nó,
E que se prende e se afeiçoa nas almas que amaram.
E se um amor ao longe se vai,
Pelos revés da vida....
Minh'alma sente e chora mas não cai,
Nem se entrega á despedida.
Minh'alma é vento, chuva, tempestades,
Minh'alma é mar que se esconde em segredos,
Minh'alma é vulcão que jorra minhas saudades,
E dos amores loucos jamais tem medos.
Minh'alma é como a mãe terra,
Que faz nascer tudo que nela se plante,
Minh'alma em vida nunca se encerra,
Eteramente renovável como alma de amante.
Ah! Minha'alma é fonte permanente de amor,
Onde brota e nasce a vida que ela faz....
Vive e floresce como um jardim em flor,
Minh'alma é nobre, do amor jamais se desfaz.
Mas minh´alma também é sem pudor,
tem sua vontade explicita e desenfreada,
minh´alma é corpo, coração e calor,
Queima-me e queima de desejos a mulher desejada.
Minh´alma é cântico no meu universo,
Minh´alma quer o que sua alma tem,
Se achegue com seu côncavo e convexo,
Que minh´alma lhe dirá vem!