MANHÃ

(Sócrates Di Lima)

Ouço um pássaro cantando ali fora,

nas ramas de uma parreira de uva,

outro na goiabeira agora,

cantarolando o dia de sol sem chuva.

Uma manhã de sexta-feira,

sentindo no rosto a leveza da brisa,

Há um dia longo mesmo que eu não queira,

Mas lembrar de você, me realiza.

Manhã de tênue Sol,

Depois de um café preto, quente e forte,

Olhando o azul da piscina e um girassol,

Parece que terei um dia de sorte.

Sei que há tristezas lá fora,

Medo, angustia de dor,

O COVID19, não vai embora,

Nos prende em casa nesse dissabor.

Mas o que fazer...

Se está acontecendo isto,

É resulta de afronta a Deus e seu poder,

Nos carnavais nunca dantes visto.

Blasfêmia de " Casa dos fundos"

Orgias de gênero no meio da avenida,

Parece chegar o fim dos mundos,

É o Apocalipse Bíblico profecia esclarecida.

E assim segue a minha manhã,

hoje serena, azul e perfeita,

Sinto na brisa o cheiro da maçã,

O coração a saudade não rejeita.

E no silêncio desta manhã de sexta,

O poeta se verga na lembrança dela,

Numa paz serena esta saudade se completa,

Com Um sorriso nos lábios, por pertencer a ela.

Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 10/04/2020
Reeditado em 10/04/2020
Código do texto: T6912311
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