UM DIA DE CADA VEZ
(Sócrates Di Lima)
Certo é que o ontem passou,
A saudade de ontem, se foi,
Mas o que ainda não me desapossou,
é a saudade de hoje, e como doí.
Saudade da minha filha, agora,
Que chegou la de Portugal,
Mas, precisou ir embora,
A crise de lá, daqui é igual.
Mas, também, o que importa,
É a saudade de quem está aqui,
Mas, como se fechada a porta,
Não tenho contato, ali.
Mas o meu pensamento recria,
Um momento especial,
Um beijo gostoso, na rua, que alegria,
Gosto de quero mais, atual.
Lembro-me do seu sorriso tímido,
de mulher faceira e vivida,
Mas distante, no silencio, um gemido,
no desejo de fazer uma vontade atrevida.
Eu aqui, sozinho...
Enclausurado por conta de um mal,
que assola lá fora um caminho,
Da saudade que pula o muro do meu quintal.
Lembro-me de você minha senhora,
do seu jeito gostoso de ser e altivez,
Quero que tudo isto passe, vá-se embora,
Para que eu possa contigo viver um dia de cada vez.