SIMPLES ASSIM
(Sócrates Di Lima)
Quero-te de mãos dadas,
pelas ruas do tempo nosso,
seguindo nossas estradas,
hoje, contigo eu posso.
O simples te escrevo,
O meu conteúdo,
Desenho e relevo,
O meu tudo.
Escrevo-te meus anseios,
Segredos,
Quero deitar-me sobre teus seios,
Relevar-te sempre os meus medos.
Havia tempos não me sentia assim,
homem menino travesso,
um querer amar inundou-me sim,
e por certo, ainda mereço.
Amar-te, simplesmente,
Na doçura de um bem querer,
Ser-te amplamente,
Possuir-te até desfalecer.
Dar-te meus lábios ressecados,
A espera da umidade dos teus,
Em vinho e aguardentes, ainda, molhados,
Saboreando os hálitos meus.
Quero sugar-te pelas entranhas,
Roçar-te a carne milimetricamente,
Labiá-la em façanhas,
Enloquecendo-te arduamente.
Quero nos teus braços deitar meus desejos,
Numa pegada forte e selvagem,
E na loucura santa dos beijos,
Levar-te á mais longa viagem.
Quero-te na tua simplicidade,
Sem rejeitos,
Dos nossos defeitos,
A santa promiscuidade.
Quero-te uma dama na sociedade,
Mas o inverso,
No ninho da minha virilidade,
Desejo insano do meu universo.
Quero-te santa,
Profana,
Insana,
Submissão tanta.
Quero-te na volupia insanidade,
Quero-te enfim,
Com toda a seriedade,
O teu Eu dentro de mim.
Quero-te invencivelmente,
Eu em ti no prometido fim,
E na forma intensa da gente,
Ainda, te quero, SIMPLES ASSIM.