Gosto da simplicidade

Gosto da simplicidade,

de passarinhos brincando no quintal de minha casa,

roubando folhas para tecerem seus ninhos.

Gosto de me distrair com as borboletas,

que vem visitar as flores,

em meus vasinhos coloridos.

Espertas que são fogem ao sentirem minha presença,

mas as vezes deixam-se fotografarem,

num abrir e fechar de asas,

todas vaidosas por se mostrarem.

Gosto da folhinhas de árvores que caem,

dando um tom de vida e transformação,

e muitas pétalas de flores que colorem o chão.

Gosto de ouvir o canto das maritacas,

que gorjeiam umas com as outras,

para poderem se encontrarem.

Gosto da simplicidade de uma boa prosa,

calma, alegre e sem compromisso,

onde se pode conhecer as pessoas,

sem precisar de um frio perfil.

Gosto do verde que me cerca,

da arruaça e cantoria dos pássaros,

ao fim do dia avisando,

que irão se recolher,

pois está chegando o anoitecer.

Gosto do olho-no-olho,

do abraço amigo,

do sorriso sincero,

da alegria de demonstrar,

o que se sente,

sem precisar usar imagens.

Gosto do novo,

e também do antigo,

do que ultrapassa épocas,

do que nunca sai de moda.

Gosto da simplicidade,

da arte e do criar,

do reinventar,

desprogramar,

da vida leve,

da liberdade de ser,

o que é se realmente,

clara e transparentemente.

Kunti