MOMENTOS
(Sócrates Di Lima)
Momentos que o tempo absorve,
que o presente engole o passado,
o futuro absolve,
Como se nada houvesse findado.
Momento que ficam lá atrás,
guardados numa caixa de segredos,
que as lembranças jaz,
Num livro sagrado de tantos enredos.
Sóis que queimaram o pensamento,
no escaldante clamor de uma alma nua,
Que entre tantos agouros do sentimento,
Congelou-se na frieza da Lua.
Tantos foram os encantos,
Tantos foram as loucuras,
Tantos foram os prantos,
Que o tempo findou as ternuras.
Talvez, mortos os desejos d´outrora,
Que não ressuscitam no presente,
O ontem e o agora,
se confundem no futuro de tanta gente.
Gritantes despedidas que o tempo calou,
nas lágrimas frias de um dia despedido,
Ouso assim, descrever o que passou,
Quando ainda existe a dor de um amor ferido.
E assim, despido dos sonhos inquietos,
que o silêncio das bocas não pronunciaram,
um novo tempo de outros tempos certos,
feneceu na teimosia dos que se amaram.