Criança Levada
Quando iria apertar a ponta do lápis no papel
Brutalmente o vi ser levado para longe de mim
Levantei e vi um redemoinho saracotear no terreiro
No alto da janela entreaberta o pretejar do azul era rápido
O vento teimosamente jogou meu papel para junto do fogão
Corri para o terreiro e abri os braços
Sentia-me um menino correndo da mãe
Caprichosamente explodiu em meu rosto um generoso pingo d’água
Depois outro e outro...
O toró era forte
Não enxergava as palmeiras que sombreavam o caminho da rua
E quem disse que eu me importava com isso?!
Corri e pulei em todas as possas que se formarão ao meu redor
Senti-me como nos tempos da escolinha no interior do Paraná
Ao fim de tanta diversão me senti como todo marmanjo gostaria de se sentir
Uma verdadeira criança levada.
Heavy
Sociedade dos poetas vivos... ( Em graça )