O TEMPO DO TEMPO
O tempo do tempo
Entre tantos sons e tantas letras
poemas que me cabem e me encaixam
acham-me
tiram-me dos silêncios sombrios
e trazem-me sorrisos arrepios
caminhos de sol
percorrem estradas
porque passos sem luz
não são nada
e enquanto as fontes jorram-me alegria
penso em escutar
aquela palavra lambuzada de euforia
Escuto
Ouço
e atenho-me ao toque de uma vírgula
colo fissuras
descolo loucuras
Trago de dentro dos meus poços
verdades tão escondidas
quase tanto quanto a vida
e ao final de tudo
deito-me nua,
à sombra de
uma cerejeira lilás
sonho, amo, digo que estou feliz
e nada mais!