QUANDO O AMOR CEDE
(SóCrates Di LimA)
Quando o amor cede,
A distância se torna ínfima,
E a felicidade pede,
Passagem, e esse amor confirma.
Não há distância que não se vença,
E nem momentos que não se realize,
A saudade que o convença,
Faz nascer a força íntima que o amor finalize.
E o encontro das almas que se compôem,
Se transforma num alegre e feliz momento,
Que as loucuras do encontro fazem,
Com que o amor faça mais forte sentimento.
E num gole de cachaça,
Uma cervejinha gelada,
A saudade abraça,
E atravessa a madrugada.
Então surgem as marcas,
Cravadas no exterior do desejo,
Pontas afiadas de facas,
Cortam e não sangram no frenético beijo.
E no queimar da orelha,
Hematomas do amor,
A alma espelha,
O reflexo da saudade ouvidas sem dor.
Um edredon,
Adorna a saudade como um abraço de cama,
Ao lado da berger que faz o tom,
De um bem querer que na distância chama.
E anoitece, nos rastros que o dia deixou,
Numa tarde que desperta do encanto,
O sonho então acabou,
Lavou a saudade no pranto.
Quando o amor cede,
O tempo nem reclama,
Com ela o sonho nunca se despede,
Recria o desejo de sonhar numa cama.
Ah! que o pode faz sua vida se recompor na adrenalina,
Onde ela de dentro pra fora se realça,
Dona de um amor se faz mulher menina,
E na imensidão do sonho minha alma abraça.
Assim se faz escrito o amor,
Que o próprio amor não perebe e nem pede,
E, mergulhado na fragrância da flor,
Um bem querer explode, quando o amor cede.