Resistente

Resistente

Da elasticidade do meu esforço

Rebentam-se as vontades

O quê que ainda posso

E vale a assiduidade?

Entre suportar ofensas

E dar-se por vencido

Resisto aos açoites

Do julgamento dos homens

Complexado

Sem hesitar em momento algum

Sirvo-me da obediência

Como um homem comum

Que soframos

Como se prazeroso fosse

Condenados todos os dias

Por juízes sem lei

É estar refreado

Nas datas de pranto

Com armas apontadas à cabeça

Para viver

O tempo não deixará

De levar entes queridos

Fico com as mãos abanadas

Assim entre os feridos

Posto à prova

Todos os dias, silenciado

Sem o meu consentimento

Provam minha religião

Perdem-se os amigos

Os que nunca se foram

Vão-se embora os amores

Paixões que não demoram

Mas olho para frente

Tentando vislumbrar

Algo diferente

Mesmo que a pestanejar.

Widralino
Enviado por Widralino em 25/03/2019
Reeditado em 03/07/2020
Código do texto: T6606658
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