Resistente
Resistente
Da elasticidade do meu esforço
Rebentam-se as vontades
O quê que ainda posso
E vale a assiduidade?
Entre suportar ofensas
E dar-se por vencido
Resisto aos açoites
Do julgamento dos homens
Complexado
Sem hesitar em momento algum
Sirvo-me da obediência
Como um homem comum
Que soframos
Como se prazeroso fosse
Condenados todos os dias
Por juízes sem lei
É estar refreado
Nas datas de pranto
Com armas apontadas à cabeça
Para viver
O tempo não deixará
De levar entes queridos
Fico com as mãos abanadas
Assim entre os feridos
Posto à prova
Todos os dias, silenciado
Sem o meu consentimento
Provam minha religião
Perdem-se os amigos
Os que nunca se foram
Vão-se embora os amores
Paixões que não demoram
Mas olho para frente
Tentando vislumbrar
Algo diferente
Mesmo que a pestanejar.