Gestação
Gestação
De um fruto, uma semente, reluzente, desabrochou.
Mas Maria descontente com seu corpo que deformou:
Para ela seu abdome crescente e seus seios fartos
Eram imperfeitos... pesadelo de alguns vômitos, mas seu corpo o abrigou...
Simetria e olhos brilhavam, mas seu íntimo não aprovava
E agora seu coração a forçava afagar, proteger a qualquer custo
E sem conhecer... amar... amar e amar!
Qual será o seu nome, como Maria vai chamar
Santo Deus que aflição; seu rostinho quero ver.
As semanas vão passando lentamente para meu desespero
Mas Maria, inquieta, já aceita os seus chutes
Que é uma forma de conversa do seu laço, seu amor...
Agora é a hora do nascimento, uma constante dor
Ouço os gritos de Maria, seus gemidos, seu clamor!
De repente, calmaria, seu sorriso, seu contato
Seu rebento procura seu seio lhe tirando um suspiro
E seus olhos embaltados não conseguem desfaçar
O protege a qualquer custo, sua missão é o amar!
Carlos Atelson, 20/01/19