ELA, MULHER.

(Sócrates Di Lima)

Em uma cama qualquer,

Ela acorda

e olha pela janela entreaberta

e deseja que a luz que entra

seja a luz da paz,

do amor

e da amizade,

vinda do coração

de alguém amado,

para iluminar o seu dia,

daquele jeito acordado,

pela misericórdia de Deus.

Ela acorda em outra cama por ai,

Se espreguiça,

E suspira por mais um dia,

em que acorda,

se sentindo uma bela mulher.

Ela acorda em mais uma cama,

E não se lastima,

por não ter alguém ao seu lado,

que a subestime,

nem a trate como um objeto.

Ela acorda,

E se sente presa,

amordaçada,

ameaçada,

inútil,

amarrada

A alguém que não vale a pena.

Em outra cama, Ela acorda,

E se sente a mulher

mais livre do mundo,

por não ter sua liberdade presa,

mais amada do universo,

cuidada,

assediada com amor,

eleva ao prazer,

do carinho,

do orgasmo,

de alguém que vale muito a pena!

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Qual é a sua cama?

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Não seria uma prostituta, nem as que comigo teria dormido.

São as mulheres que amanhecem mundo afora,

cada uma com seu carma,

cada uma com seu destino em suas próprias camas.