QUASE SADIO

Foram tempos de tortura,
um tempo de muito desafio,
que a vida sem estrutura
enfrentou tempo bravio.
Na alma a negrura
tristeza que tortura
e o coração doentio.

Saudades, não em miniatura,
causou a solidão e o calafrio,
doeu como se fosse fratura
deixando meu viver tão vazio.
Um quadro, uma moldura,
sem calcular a largura
como a corrente do rio.

Resolvi enfrentar a desventura,
sabia, não era terreno macio,
parti para a luta, com bravura
indo em frente, como um navio.
Foi me deixando a loucura
e, relendo essa leitura,
me considero quase sadio.


 
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 12/11/2018
Reeditado em 12/11/2018
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