E a chuva caiu

A chuva caiu…

E na terra quebrada,

de grande estiagem,

explodiu a alegria.

Ela já florescia

Há muito, que os sulcos,

tão cavados e duros,

iam dilacerando,

a terra, que a seca

ia condenando.

Seus chãos imploravam,

a gota de água.

Que já não caía.

E a voz da terra

Que já pouco se ouvia.

Estremecia.

Depois, emudecida

assim se detinha,

no silêncio

em que se achava.

De tão desolada.

Já não respondia

a apelos que se ouviam..

Seus trilhos profundos,

áridos infecundos.

De abrasados estavam.

E, na terra protectora,

a vida se aniquilava..

Havia perdição

Já sem salvação.

E as fragas vencidas.

Desoladas estavam.

E a chuva caiu…

Os mares se agitaram

e se altearam.

E os rios se encheram.

E logo correram,

de alvoraçados

em que ficaram.

E extravasaram,

de exultação.

As barragens subiram.

As albufeiras, atestavam

e pressagiavam,

que era novo dia.

A chuva caia….

E voltaram à acção.

À laboração.

De noite e de dia.

E da terra que sucumbia,

De amortalhada,

Já pouco restava,

Da sede que se fazia.

Mater destroçada.

Terra tão amada.

Nossa mãe querida.

Sem esperança de nada.

Das fontes, sem água,

nascentes secavam.

Só desolação.

Tudo já cessara.

E a chuva caiu…

E a terra se abriu.

E inteira se doou.

Com a gratidão.

Que a enlevou.

Tudo resplandeceu.

Sorrisos de jubilo

À vida aprazia.

Tudo se agitava.

A chuva miudinha .

Que agora se fazia.

Era a regozijada,

da passarada ,

que de plumagem molhada,

felizes se sacudiam.

Jubilosos estavam.

E nos regatos de água.

Que límpidos renasciam .

Eles se banhavam,

e acompanhavam,

os louvores que davam

à terra bendita.

Que de abençoada,

estava deslumbrada.

De contente vibrava,

e a terra molhada,

porque a chuva caía

agora em orvalhada.

e sorria, pois tamanha

era a fortuna, que

chorava de alegria.

O arco-íris concedia,

o belo colorido,

que ali faltava.

O sol espreguiçava-se.

Abriu seus olhinhos.

Também gracejou.

Ele estava escondido.

lá no seu abrigo.

E a criançada,

onde e que ela estava?

Pois a chapinhar,

fazendo bagunçada

na terra molhada.

Fazendo barquinhos

de qualquer papel ,

Que logo velejavam,

pelos sulcos delineados,

que de água se alagavam.

E toda o sítio se uniu.

E as canção da terra amada

se fez anunciada,

e de exultação celebrou.

Porque a chuva caiu

e tudo mudou.

De T,ta.

2007-09-12

Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 12/09/2007
Reeditado em 12/09/2007
Código do texto: T649150
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