O Corpo Efêmero da Felicidade
És o próprio corpo da felicidade
Nos seus vastos momentos de candura,
À sombra dessa castidade
Está o inconsciente que jamais é anfitrião da luz.
Até que a incandescência da razão
Incorpora a sua face,
E o rastro da tépida fadiga
Se esconde nuns centímetros de sorriso.
Como a última folha da árvore de outono,
Ela cai sem ansiar a chegada ao chão,
Como os passos lentos do velho murmurante
Ela somente espera pela próxima viagem sem destino ou retorno.
No instante falho da consciência
Quando os púrpuros raios de sol não encontram superfície,
Embriaga-se nas alusões do seu instinto
E depois se recobra como alguém que interrompe o ato.
Se depara com a camada de submersão
Da qual nem se quiseres estarás livre,
Então abstrata-se para manter sua essência
E sua felicidade se faz completa de novo.