Também sei voar
Preparei a inspeção pré-voo com o carinho
e o cuidado daqueles que amam a vida.
O instrutor chegou tranquilo, a caminho
das minhas verdades de voo, por mim já conhecidas.
O check-list de cabine foi cobrado e pago
com a certeza das respostas e procedimentos
daqueles que sabem e podem nestes momentos.
_Torre Macega, aqui uno zero! Pronto pra decolar!
Minha garça sai do chão; aos céus se alça!
A minha alma vibrava feliz, também no ar.
Fiz curva para bombordo... Na proa o ponto Alfa.
Macega na fonia, começava a falar:
_ok! Quadrado cinco: tome o rumo Norte...
Suba para mil pés. O coração batia forte!
Primeira emergência: perda de motor.
Tranquilo, me observava o instrutor.
Feito o acobage! Descida suave...e
com o pouso seguro. O instrutor quer mais!
São novas emergências, são novas decolagens.
E, por fim, satisfeito: a prova de competência!
O voo solitário chegara para mim.
O instrutor desceu e gritou :¬__Vá, voe!
E, de repente, me senti só naquele Sol,
naquele céu que me esperava azul...
Preparei o meu solo. E, naquele momento,
quase todo o passado repassou-me:
desde a minha seleção até a visão
do que seria para mim, em verdade, uma aviação.
Uma nova dimensão aparece-me:
a da simplicidade, da emoção, do prazer.
Voar... Voar sozinho pela primeira vez.
A rotação subiu: cem! Como deve ser.
Pronto! Direita livre, instrumentos normais!
Pronto para voar! Decolo. Estou solo...
Já na primeira curva, sinto o embalo do sonho...
Sinto o embalo da asa no peito...
E, orgulhoso, me sinto quase perfeito.
Lá no chão, o instrutor sinalizava aos gritos:
_Muito bem! Prossiga! Mais um circuito!
Frio, emocionado, decolei, subi, voo reto...
Nas marcas os instrumentos; as vibrações normais;
as luzes esperadas. O sonho assim se fez!
No pouso vejo uma coruja decolar,
e não sinto mais inveja: eu também sei voar!
Aquele solo, prêmio do grande ideal,
acalentado desde a tenra mocidade
-sonho naquela época, hoje realidade-
me fez um piloto na carreira naval...
No pouso final, altivo e envaidecido,
com o peito enfunado aos ventos,
solto o grito de orgulho dos que fazem
na humildade dos que sabem : Aviação Naval!
(Reedição a pedido)
Preparei a inspeção pré-voo com o carinho
e o cuidado daqueles que amam a vida.
O instrutor chegou tranquilo, a caminho
das minhas verdades de voo, por mim já conhecidas.
O check-list de cabine foi cobrado e pago
com a certeza das respostas e procedimentos
daqueles que sabem e podem nestes momentos.
_Torre Macega, aqui uno zero! Pronto pra decolar!
Minha garça sai do chão; aos céus se alça!
A minha alma vibrava feliz, também no ar.
Fiz curva para bombordo... Na proa o ponto Alfa.
Macega na fonia, começava a falar:
_ok! Quadrado cinco: tome o rumo Norte...
Suba para mil pés. O coração batia forte!
Primeira emergência: perda de motor.
Tranquilo, me observava o instrutor.
Feito o acobage! Descida suave...e
com o pouso seguro. O instrutor quer mais!
São novas emergências, são novas decolagens.
E, por fim, satisfeito: a prova de competência!
O voo solitário chegara para mim.
O instrutor desceu e gritou :¬__Vá, voe!
E, de repente, me senti só naquele Sol,
naquele céu que me esperava azul...
Preparei o meu solo. E, naquele momento,
quase todo o passado repassou-me:
desde a minha seleção até a visão
do que seria para mim, em verdade, uma aviação.
Uma nova dimensão aparece-me:
a da simplicidade, da emoção, do prazer.
Voar... Voar sozinho pela primeira vez.
A rotação subiu: cem! Como deve ser.
Pronto! Direita livre, instrumentos normais!
Pronto para voar! Decolo. Estou solo...
Já na primeira curva, sinto o embalo do sonho...
Sinto o embalo da asa no peito...
E, orgulhoso, me sinto quase perfeito.
Lá no chão, o instrutor sinalizava aos gritos:
_Muito bem! Prossiga! Mais um circuito!
Frio, emocionado, decolei, subi, voo reto...
Nas marcas os instrumentos; as vibrações normais;
as luzes esperadas. O sonho assim se fez!
No pouso vejo uma coruja decolar,
e não sinto mais inveja: eu também sei voar!
Aquele solo, prêmio do grande ideal,
acalentado desde a tenra mocidade
-sonho naquela época, hoje realidade-
me fez um piloto na carreira naval...
No pouso final, altivo e envaidecido,
com o peito enfunado aos ventos,
solto o grito de orgulho dos que fazem
na humildade dos que sabem : Aviação Naval!
(Reedição a pedido)