SOU UM CASULO QUE TECE
Sou como as horas
Que desfilam intrépidas
Mordo as gotas desse suor
Que se mistura ao sal da terra
Danço ao balanço dessa aragem morna
Que me atinge as veias
Em cada raiar do dia que se mostra
Na puberdade de sentimentos
Sou a mesma na carcaça
Mas por dentro há um casulo que tece
Constantemente tricotando veias
Meus olhos passeiam e bordam
As magias que vejo e almejo
As nuances que entrevejo
Me fortaleci em sentimentos
Balanços, suspiros, descobertas
Ruídos, sorrisos, lidos
E as palavras tem eco e reverberam
Impulsionando galhos que se frutificam
No crepitar da magia do amor que sempre vem.
MARINA BARREIROS MOTA
ALTO-ACADEMIA DE LETRAS DE TEÓFILO OTONI