Sereno
Sereno
Sereno do tempo que sopra ao vento
Encandeia o pensar
No deslizar dos passos continuo a peregrinar
Em campos floridos com ramas pelo chão
Às vezes parece um dilúvio de ilusão
Brotando no peito atiçando o coração
Como um vento remoto que se renova a cada passagem
Mirando a caminhada sem ver o fim da estrada
Pura renovação
De corpo e alma
Fazendo uma lavagem do que ficou pela estrada
Colhendo benevolência de crença
Clareando o viver
Agitando as asas tal qual um passarinho sem medo de voar
Recolhendo as teias que se dissiparam no sereno
Aglutinando tudo no copo de cristal sem ter medo de quebrá-lo
Margarida Cabral