Sinto o cheiro da maresia, as gotas frias da água no rosto., a pele se arrepia com o frescor da brisa que sopra suavemente.
O sol aquece minha pele, trazendo um bem estar que há muito não experimentava, a vida pulsa em todos os sentidos.
Estou viva! Respiro a leveza, as ondas brincam com a embarcação, ensaio o primeiro de vários sorrisos, a sensação é tão boa que minha alma é tomada por  gratidão.

Fé e amor se encontram num grande abraço, e fico quietinha neste aconchego, sem ressentimentos, tristeza, nada além de carinho e bondade.
Estou no meu barquinho e ele tem imensas velas brancas, um mastro alto que parece tocar as nuvens, a estabilidade  do lastro de tudo que aprendi ao longo do caminho e a segurança de uma âncora forte mas leve o bastante para que eu use quando bem quiser.



O mar que navego é cristalino, profundo, mil tons de azul se mesclam formando ondas, marolas, indo e vindo, subindo e descendo.
Brindando sensações, pensamentos, sentimentos, dores, sofrimento, enfermidade e momentos. Não é assim que vivemos?
Começo, fim, recomeço, pausas, melhora, piora, aumenta, diminui, sobe, desce, escurece, clareia, esquenta, esfria, adoece, cura...

Meu barco singra o  oceano e eu não sei o que pode vir pela frente. Talvez tempestades, tormentas, quem sabe dias de profundo marasmo ou tranquilidade, minha única certeza é que não estou à deriva.


Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 25/07/2018
Reeditado em 05/09/2018
Código do texto: T6399895
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