CICLO DOIS
Ciclo 2
No fundo da memória ela tenta
Lembrar a alegria que a sustenta
E a esperança que todo dia fomenta
A cultura que a mesma prega a sonhar
As vezes esquece que é mulher,
Só e mãe, só é tia ou uma senhora qualquer
E se esquece o porquê foi ali parar;
É que casa, trabalho, faxina
Vai ali com as crianças na esquina
Pula e brinca de alegria
Canta e repudia...
A noite lê a noite a história da aranhinha
Mas ouve alguém dizer:
Mamãe para quê pegar um livro pra ler
Se você já sabe escrever
E um mundo tem pra viver
Pois assim não vamos nunca esquecer.
Faz uma história somente sua
Põem sua verdade nua e crua
Que assim todos vão ler
De repente os meus olhos brilham
Será isso que faltava?
Escrever sobre lua o mar o céu e a mágoa
Ou sobre a pais que desabava
Isso encheu os olhos de água
E tornou a noite inquietante
Não pelo recomeço
A que muito tenho apreço
E que ouvi com muito respeito
Mas por uma menina tão pura
Parecendo insegura
Que a pouco já murmura
A tamanha determinação
Até ela consegue ver
O que sem sucesso tenho tentado esconder
O recomeço que sempre foi meio e fim dessa confusão
É que é complicado ser mãe, ser mulher e fria
Ser um transbordo de alegria
Tristezas, ódios e tesões em um só coração.