UM MENINO ARTEIRO.

UM MENINO ARTEIRO

Marcial Salaverry

Um menino arteiro,

de espírito aventureiro,

que adorava as histórias do Zorro,

na base do mato ou morro...

Viveu venturas e desventuras,

em imaginárias aventuras...

Aventuras de tão imaginadas,

que acabaram realizadas...

Elaborava mil roteiros,

e aconteceram quase por inteiro...

E como foi duro,

esperar pelo futuro,

para realizá-las...

Enquanto estava a sonhá-las,

eram outras suas aventuras...

Sempre dizia, "de cachorro,

jamais corro"...

E em sua lembrança,

vêm os pomares da vizinhança...

E eram as goiabas,

e também as jaboticabas...

Assim "conquistadas", tão deliciosas...

Como eram saborosas...

"Ai que saudade que tenho",

quando disso a lembrar-me venho...

São lembranças tão vividas,

"da aurora da minha vida"...

Adorava roubar flores,

encantado por suas cores,

e à minha mãe oferecia,

quase todo dia...

E ela me beijava agradecida,

pelas flores que recebia comovida,

mesmo sabendo como as conseguia,

mas o vizinho nunca me via...

E das vidraças, sequer imaginava

quem as quebrava...

Meu espírito aventureiro,

sempre livre por inteiro,

levou-me a lugares distantes,

numa experiência de vida,

jamais esquecida...

Mudei rumo, descobri novos caminhos,

vivi, viajei, conheci...

Muita experiência adquiri...

Eis-me de volta ao meu cantinho...

Mais vivido, mais experiente,

disposto a viver, simplesmente...

Amores vividos, amores tidos,

amores igualmente perdidos...

Sempre muitos amores,

dando à vida novas cores...

Mas um espírito assim aventureiro,

quer um amor total, por inteiro,

pela vida inteira,

sem fazer mais besteira,

um amor que seja eterno,

enquanto é terno...

O importante é viver a vida,

vivendo-a como deve ser vivida...

Marcial Salaverry
Enviado por Marcial Salaverry em 03/05/2018
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