O lugar que a gente é

O Mercado Central é tipo uma carta na manga,

um plano secreto pra felicidade (imediata), um álibi perfeito na cidade. Quando a gente foge de dentro do peito em plena tempestade

é lá que se perde, se esconde, se acha, se esquece,

esquece que estava perdido.

É lá que encontra as soluções mais criativas para as agonias

e os sorrisos mais cativantes de todo o seu dia.

O Mercado é um daqueles lugares de aconchego, sabe?

Tipo a casa da gente e o quarto da gente

ou o cantinho vip no coração da pessoa amada

ou ainda um sábado em finzinho de tarde com os amigos.

Aqueles corredores quadriculados tem efeito colo de mãe, útero

e quando a gente vai embora e sai por um daqueles portões

é como se estivesse sendo parido.