CANTOR DE CHUVEIRO

Eu canto meu canto,

Num canto e me espanto,

Não quando canto, pois garanto,

Que meu canto não é tão belo canto.

Se a voz que canta, sai da garganta,

Desafinada, desritmada, desentoada,

Já não encanta e não adianta

Forçar a voz, não tá em nós,

Isso mudar, se não se nasceu para cantar.

Mas mesmo assim, lá no banheiro,

Ali embaixo do meu chuveiro,

Canto meu canto

La no meu canto

Sei, no entanto,

Que não encanto,

Mas gosto tanto

De assim cantar,

Por isso canto

Pra me alegrar.

CEZARIO PARDO
Enviado por CEZARIO PARDO em 12/03/2018
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