CANTOR DE CHUVEIRO
Eu canto meu canto,
Num canto e me espanto,
Não quando canto, pois garanto,
Que meu canto não é tão belo canto.
Se a voz que canta, sai da garganta,
Desafinada, desritmada, desentoada,
Já não encanta e não adianta
Forçar a voz, não tá em nós,
Isso mudar, se não se nasceu para cantar.
Mas mesmo assim, lá no banheiro,
Ali embaixo do meu chuveiro,
Canto meu canto
La no meu canto
Sei, no entanto,
Que não encanto,
Mas gosto tanto
De assim cantar,
Por isso canto
Pra me alegrar.