ESTE ANO

Este ano vou sair fantasiado de humano,

Sem poderes, nada super.

Sem máscaras de disfarce,

Cara e coragem, marcas na face.

Ostentarei as contas a pagar,

Levarei os contos a ofertar.

Cabelo ao espaço,

Corpo ao movimento.

Afro-latino, orgânico,

Com as alegorias abandonadas

Reciclarei as alegrias.

Sem realeza, sem monarquia,

Emocionarei-me nos encontros.

Embriagado pelos ritmos levitarei

Até a órbita dos teus braços.

Umbilicalmente na multidão,

Tambor-mãe e tambor-coração.

Muita fé e um plano,

Muita pele e pouco pano.

Talvez os únicos, no carnaval.

Extra-humanos.

- O amanhecer terá a cor da garapa da cana

Que eu beberei em teus olhos.

Este ano...

Luís Aseokaynha
Enviado por Luís Aseokaynha em 09/02/2018
Reeditado em 06/02/2019
Código do texto: T6249451
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