ESTE ANO
Este ano vou sair fantasiado de humano,
Sem poderes, nada super.
Sem máscaras de disfarce,
Cara e coragem, marcas na face.
Ostentarei as contas a pagar,
Levarei os contos a ofertar.
Cabelo ao espaço,
Corpo ao movimento.
Afro-latino, orgânico,
Com as alegorias abandonadas
Reciclarei as alegrias.
Sem realeza, sem monarquia,
Emocionarei-me nos encontros.
Embriagado pelos ritmos levitarei
Até a órbita dos teus braços.
Umbilicalmente na multidão,
Tambor-mãe e tambor-coração.
Muita fé e um plano,
Muita pele e pouco pano.
Talvez os únicos, no carnaval.
Extra-humanos.
- O amanhecer terá a cor da garapa da cana
Que eu beberei em teus olhos.
Este ano...